Jeane Alves

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Vitória de G 1 com Equitana

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Esclarecimentos, por Milton Lodi

Esclarecimentos, por Milton Lodi - [05/09/2011]


A técnica de inverter e misturar assuntos são uma habitual forma utilizada por aqueles que não têm razão.

Um turfista paranaense publicou no Raia Leve e no Jornal do Turfe, um extenso trabalho criticando um artigo meu. O detalhe principal era a fraqueza habitual do campo do G.P. Paraná, que imerecidamente figura como Gr. 1. Basicamente era esse o mote, ponto principal.

Mas surgiu a réplica, misturando a boa qualidade dos potros nascidos e criados no Paraná, mais os bons resultados dos animais treinados no Tarumã como Centro de Treinamento para corredores de Cidade Jardim e Gávea, etc.

Essa mistura e inversão de detalhes diferentes procura tirar o enfoque de que as corridas realizadas no Tarumã, e em especial no G.P. Paraná, são de padrão muito fraco. Só como mero e simples exemplo, veja-se o que aconteceu no ano de 2010. No G.P. Brasil, justificadamente de Gr.1, foram inscritos 12 corredores, sendo 5 ganhadores de Gr.1 e 3 de Gr.2. No G.P. São Paulo, também justificadamente de Gr.1, foram inscritos 19, sendo 3 ganhadores de Gr.1, 3 de Gr.2, 3 de Gr.3 e 1 de listada. No G.P. Paraná do mesmo ano, prova dita de Gr.1, mas na verdade apenas uma listada, foram inscritos 13, com só 2 ganhadores de provas listadas. Esse é que é o enfoque, não adianta querer misturar e inventar. Assim, corridas fora do Tarumã não vem ao caso para falar da criação paranaense. Não há que se perder tempo, basta lembrar de SANDPIT e MUCH BETTER.

O turfe paranaense não atravessa ótimo momento no setor criacional, qualidade à parte, o Estado do Paraná só tem 750 reprodutoras, que representam cerca de 60% (sessenta por cento) das éguas sediadas no município gaúcho de Bagé-Aceguá, que tem cerca de 1.300 éguas. Enquanto o citado setor gaúcho produz anualmente 1/3 (um terço) da produção anual de potros (3.000 potros por ano são produzidos no Brasil), o Estado do Paraná inteiro produz cerca de 600 potros, isto é, apenas 20% (vinte por cento) da produção nacional. No setor do Jockey Club do Paraná em si, sob o ponto de vista político-administrativo, uma eleição clara e limpa, teve o seu resultado impugnado pelos derrotados, nomeando um interventor representante do grupo dos perdedores, e já se passam 25% (vinte e cinco por cento) da gestão dos honestamente eleitos sem previsão de normalização. Sob o ponto de vista político-administrativo, um absurdo. Notícias referentes a resultados de eventos não são confiáveis, pois diferem do que realmente aconteceu, acrescentando números maiores no sentido de promover êxitos maiores que a realidade.

No momento, a criação em si deu uma boa e recomendável guinada, dando entrada a garanhões realmente de boa categoria internacional, iniciando pelo menos em parte a substituição de garanhões dependentes de drogas por animais saudáveis, sadios.

O Tarumã tem servido bem como Centro de Treinamento. Tudo isso é do conhecimento de todos.

Mas tudo isso não é o ponto importante do meu criticado artigo, quando na verdade e no caso tem maior importância, não adianta fugir, as corridas no Tarumã, e porque não dizer também no Cristal, têm padrão sofrível, inclusive das duas principais provas dos dois Estados, injustificadamente classificadas de Gr.1. Ninguém discute os bons resultados dos animais nascidos no Rio Grande do Sul e no Paraná nas corridas em Cidade Jardim e na Gávea, o enfoque é nas corridas realizadas no Tarumã e no Cristal.

Não adianta procurar inverter e misturar assuntos diferentes, cada detalhe deve ser apreciado com isenção, separadamente, e com bom senso.

Eu não enxergo bem, mas os piores cegos são aqueles que não querem ver.

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